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Literatura Brasilera

CARACTERÍSTICAS
 
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1) SUBJETIVISMO
Os simbolistas retomam a subjetividade da arte romântica com outro sentido. Os românticos desvendavam apenas a primeira camada da vida interior, onde se localizavam vivências quase sempre de ordem sentimental. Os simbolistas vão mais longe, descendo até os limites do subconsciente e mesmo do inconsciente. Este fato explica o caráter ilógico ou o clima de delírio de grande parte de sues poemas, como no fragmento de Cruz e Sousa:
Cristais diluídos de clarões álacres,
Desejos, vibrações, ânsias, alentos,
Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos.
 
 2) O EFEITO DE SUGESTÃO
Diz Mallarmé:
Os parnasianos tomam os objetos em sua integridade e mostram-nos. Por isso carecem de mistério. Descrever um objeto é suprimir três quartas partes do prazer de um poema, que é feito da felicidade de adivinhar-se pouco a pouco. Sugerir, eis o sonho. E o uso perfeito deste mistério é o que constitui o símbolo: evocar o objeto para expressar um estado de alma através de uma série de decifrações.

Sua observação é chave para o entendimento da poética simbolista. Abandona-se o descritivismo parnasiano em busca de uma revitalização do gênero lírico. São criadas novas imagens, novas metáforas e símbolos. Acentua-se o caráter obscuro de certas palavras e o emotivo de outras, tudo como repúdio à linguagem poética usual, carregada de lugares-comuns, clichês e frases-feitas que se repetiam de geração em geração.
Trata-se de reinventar a linguagem, explorar suas possibilidades, recriá-la palavra após palavra, à procura de imagens originais e envolventes. A verdadeira poesia consiste em não-dizer, não-declarar, não designar as coisas pelos seus nomes triviais. A verdadeira poesia está em insinuar, dizer figuradamente, sugerir.
Cruz e Souza foi especialista na utilização de imagens ousadas com efeito de sugestão. Angústia sexual e erotismo misturam-se na exaltação de uma mulher que parece devorar os homens:
Cróton* selvagem, tinhorão* lascivo, Planta mortal, carnívora, sangrenta, De tua carne báquica* rebenta A vermelha explosão de um sangue vivo
*Cróton - arbusto ornamental
*Tinhorão - erva ornamental
*Báquica - relativo a Baco, deus grego do vinho e da dissipação
 
3) MUSICALIDADE
Na tentativa de sugerir infinitas sensações aos leitores, os simbolistas aproximam a poesia da música. Entendamos: não se trata de poesia com fundo musical, mas poesia com musicalidade em si mesma, através do manejo especial de ritmos da linguagem, esquisitas combinações de rimas, repetição intencional de certos fonemas, sujeição do sentido de um vocábulo a sua sonoridade, etc. Realiza-se assim a exigência de Verlaine: "A música antes de qualquer coisa."
Rimbaud surpreende a França com o ardor de seus versos malditos, escritos em plena adolescência. Verlaine leva a musicalidade e o efeito sugestivo das palavras a um limite até então desconhecido na literatura européia. 
A música é obrigatória, como nesta espécie de receita poética de Cruz e Sousa:
Derrama luz e cânticos e poemas
No verso e torna-o musical e doce
Como se o coração, nessas supremas
Estrofes, puro e diluído fosse.
Mesmo a morte, na obra do simbolista brasileiro, possui uma terrível musicalidade:
A música da Morte, a nebulosa,
Estranha, imensa música sombria,
Passa a tremer pela minh'alma e fria
Gela, fica a tremer, maravilhosa...
4) IRRACIONALISMO E MISTÉRIO


No princípio, os simbolistas têm como projeto "revestir as idéias de uma forma sensível", isto é, traduzi-las para uma linguagem simbólica e musical. Pouco a pouco, este intelectualismo se converte numa aventura anti-intelectual, numa negativa à possibilidade de comunicação lógica entre os homens.
"Nós não estamos no mundo", brada Rimbaud, o mundo concreto se esvaiu, perdeu sua inteligibilidade. Agora é puro mistério: atrás da ordem aparente das coisas estão o caos, a névoa, a bruma, a neblina, o incorpóreo, o fantasmagórico, o estranho, o inefável*.
 Rimbaud considera o artista um vidente que foge da realidade ilusória e penetra na realidade inexplorada das sensações. Para adquirir esta vidência é indispensável um "desequilíbrio de todos os sentidos", uma ponte em direção ao ilógico e à loucura. Só os "alquimistas do verbo" podem enxergar além da obviedade do cotidiano e deparar-se com a essência misteriosa da vida. Cruz e Sousa chega a implorar pelo mistério:
Infinitos, espíritos dispersos,
Inefável, edênicos*, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
*Inefável - indescritível, o que não pode ser expresso.
*Edênicos: que procedem do Éden, do paraíso

 

 
 
 
 
   
 
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