Os sentimentos tornam-se mais importantes do que a racionalidade. A existência só adquire sentido, se guiada e desenvolvida sob o seu domínio.
Eles são sob medida da interioridade de cada pessoa, medida de todas as coisas. Negar-se à expressão sentimental significa ser insensível e estúpido. Werther morre de amor, e tudo se justifica - perda da honra, cisão da moral, etc. - se os gestos nascerem de sentimentos autênticos. Observe-se um fragmento do mais famoso romance de Goethe:
"Como a sua imagem me persegue! Ela toma conta de toda a minha alma, quer esteja desperto, quer sonhando. Aqui, quando fecho os olhos, aqui, atrás de minha fronte, onde se concentra a visão interior, encontram-se os seus olhos negros. Exatamente nesse lugar! Não sei como exprimir-te isso melhor. Quando fecho os meus olhos, os dela estão lá; descansam diante de mim, como um mar, como um abismo, preenchendo todo o meu sentir. "
Um novo sentido do amor
Os românticos - em suas obsessões sentimentais - terminam indiscutivelmente por criar um novo significado para as paixões humanas. A expressão "amor romântico" ainda hoje é comum e indica profundidade, intensidade, delicadeza e até desmedida do afeto.
A idéia do "grande amor", ideal e infinito, exclusivo e febril, percorre as mentalidades ocidentais há dois séculos e somente na violenta revolução de costumes dos anos de 1960 e 1970, essa idéia sofreu abalos consideráveis.
Mesmo assim, pensamentos como esse de Werther são comuns entre os seres apaixonados:
Às vezes não compreendo como outro possa amá-la, tenha o direito de amá-la, quando eu, somente eu a amo com tanta ternura, tão profundamente, não pensando em outra coisa, querendo apenas esse amor, e não possuindo nada além dele.
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