Literatura Brasilera - Curso gratis de enplenitud.com  

Literatura Brasilera

CASIMIRO DE ABREU (1839-1860)

 
<- Lección anterior Lección siguiente ->
 
 
 
 

O poeta Casimiro de Abreu. Vida: Filho de um rico comerciante português e de mãe brasileira, Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João, no estado do Rio de Janeiro, tendo passado a infância numa fazenda, de onde sairia apenas para realizar seus estudos primários em Nova Friburgo.
Enviado à capital do Império pelo pai, a fim de praticar o comércio, mostrou-se pouco apto à profissão. O pai não desistiu e com o mesmo objetivo o enviou para Lisboa. Casimiro tinha então quatorze anos. Após quatro anos em Portugal, retornou ao Brasil, entregando-se a uma vida boêmia, sem contudo largar do comércio. A publicação de Primaveras o consagrou nacionalmente, um ano antes de sua morte. Já idolatrado pelo público da época, descobriu que estava tuberculoso, vindo a falecer quase que imediatamente, antes de completar o seu vigésimo-segundo aniversário.

Obra: Primaveras (1850).
Subjetivista como Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu substitui as conotações dolorosas que aquele confere à adolescência por uma visão graciosa e deslumbrada dos tempos juvenis. Se, para o autor de Lira dos vinte anos, a mocidade é um processo noturno de vigílias e tensões, se, para ele, "tristes são os destinos deste século", para Casimiro de Abreu a mesma mocidade é "a primavera da vida", processo diurno, sempre associado a namoricos, jardins com bananeiras, borboletas e salões de baile onde se flerta ao som de valsas langorosas.
De certa forma, sua lírica corresponde ao romance de Joaquim Manuel de Macedo, seja na temática, seja na simplicidade da linguagem. É uma poesia espontânea. E não raro esta espontaneidade - reforçada pelo estilo singelo e pela atmosfera musical - cria o encantamento no leitor, independentemente da visível superficialidade dos versos. A rigor, o livro Primaveras articula-se em torno de três temas básicos:
-o lirismo amoroso
-a saudade da pátria e da infância
-a tristeza da vida
A SAUDADE DA PÁTRIA E DA INFÂNCIA
Vivendo três anos em Portugal, onde elaborou boa parte de Primaveras, Casimiro de Abreu desenvolveu o sentimento de exílio, que tanto perseguia os românticos. Inspirado em Gonçalves Dias, escreveu uma série de poemas impregnados de nostalgia da terra natal, denominados Canções do exílio. Neles, contudo, não chega a alcançar o nível de seu modelo.
No entanto, não é apenas a saudade do Brasil e a correspondente sensação de estar exilado que anima a sua lírica. O que o consagrou foi a nostalgia (tipicamente romântica) daquelas realidades pessoais que ficam para trás: a mãe, a irmã, o lar, a infância. Tornou-se, por excelência, o poeta da "aurora da vida", do tempo perdido, das emoções da meninice. Mesmo sabendo que a infância não significa o paraíso, sucumbiu à doçura dessas lembranças.
À parte isso, o poeta atrai o leitor com o ritmo fácil, a singeleza do pensamento, a ausência de abstrações, o caráter recitativo e o tratamento sentimental que empresta ao tema, garantindo a eternidade de pelo menos um poema, Meus oito anos:
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)


A TRISTEZA DA VIDA
Em Más notícias, Rodolfo Amoedo expressa aquela tristeza difusa que marca parte da lírica de Casimiro de Abreu. No final de uma vida breve, pressentindo a morte, o poeta aprofunda o sentimento de tristeza - já presente em seus textos saudosistas, até transformá-lo num sentimento quase desesperado de impotência perante o destino, conforme se pode verificar em Livro negro, composto por doze poemas doloridos. Deles, o mais significativo é Minha alma é triste:
Minha alma é triste como a rola aflita
Que o bosque acorda desde o albor da aurora
E em doce arrulo que o soluço imita
O morto esposo gemedora chora.
E, como rola que perdeu o esposo,
Minh'alma chora as ilusões perdidas
E no seu livro de fanado gozo
Relê as folhas que já foram lidas."
Casimiro escreveu também um texto para teatro, Camões e Jau. Montada em Lisboa, em 1856, às custas do pai, resultou em grande malogro, nada acrescentando à sua obra.

 

 
 
 
 
   
 
<- Lección anterior Lección siguiente ->
 
 
 

Canales: Amor y sexo |Belleza y estilo | Dinero |Tiempo libre | Salud y bienestar | Viajes |Familia | Astrología | Hogar | Tus raíces | HumorJuegos | Tecnologia70+
Servicios: Horóscopo | Cursos gratisLibros gratis | Postales | Clasificados | Webmasters | Publicidad
Ayuda | Home | Agregar a favoritos | Tu pagina de inicioInvita un amigo | FacebookTwitter