Vida: Nasceu em Salvador. Seus estudos primários foram irregulares, por motivos de saúde, e aos dezenove anos (provavelmente desgostoso com a conduta desregrada do pai) ingressou no mosteiro de São Bento, na capital baiana. Um ano depois - e sem verdadeira vocação religiosa - tornou-se noviço, com o nome de Frei Luís de Santa Escolástica Junqueira Freire. Permaneceu no mosteiro até 1854, não escondendo o amargor e o ressentimento que a vida religiosa lhe despertava. Conseguindo deixar o seminário, voltou para casa materna. Problemas cardíacos que vinham desde a infância provocam a sua morte no ano seguinte. Não completara ainda vinte e três anos de idade.
Obra: Inspirações do claustro (1855)
A poesia de Junqueira Freire é totalmente autobiográfica e talvez seja isso o que mantenha o interesse pela mesma. Procurando num mosteiro a saída para os seus problemas pessoais (sobretudo uma espécie de atração pela morte que o angustiava), o poeta viu malograrem as suas ilusões. A vida clerical lhe pareceu terrível. A partir dessa experiência, ele escreveu Inspirações do claustro, cujo valor reside mais no aspecto documental de uma situação humana do que, propriamente, no seu significado literário. Os versos abaixo indicam o seu desengano:
Mas eu não tive os dias de ventura
Dos sonhos que sonhei:
Mas eu não tive o plácido sossego
Que tanto procurei.(...)
Tive as paixões que a solidão formava
Crescendo-me no peito
Tive, em lugar de rosas que esperava,
Espinhos no meu leito.
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