VIDA: Nasceu no interior do Rio de Janeiro e formou-se em Farmácia. Exerceu várias funções públicas, entre as quais o magistério e tornou-se um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.
Sua lírica descritivista e convencional lhe garantiu um lugar no gosto médio da época, substituindo Olavo Bilac na condição de "príncipe dos poetas brasileiros", em 1924, quando o Parnasianismo já fora destruído pelas novas elites artísticas do país. Morreu em Niterói, aos oitenta anos.
OBRAS PRINCIPAIS: Meridionais (1884); Versos e rimas (1895); O livro de Ema (1900)
Entre todos os parnasianos é o que mais permanece atado aos rigorosos padrões do movimento. Manipula os procedimentos técnicos de sua escola com precisão, mas essa técnica ressalta ainda mais a pobreza temática, a frieza e a insipidez de uma poesia hoje ilegível. Alfredo Bosi acentua que o criador de Vaso grego sonha em desfazer-se de todos os compromissos com a realidade.
Na década de 1920, Mário de Andrade já havia escrito que o único problema de Alberto de Oliveira era o não ter nada para dizer, e que uma lágrima de qualquer poema de Goethe possuía mais lirismo que a obra completa desse parnasiano menor.
Confirmando a justiça desses julgamentos, pouco encontramos em Alberto de Oliveira além de poemas que reproduzem mecanicamente a natureza e objetos decorativos. Enfim, uma poesia de rimas exatas e métrica correta. Uma poesia sobre coisas inanimadas. Uma poesia tão morta como os objetos descritos. Vaso grego é a tradução desta mediocridade:
Esta de áureos* relevos, trabalhada
De divas* mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos* que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada*.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota* voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas
Qual se essa voz de Anacreonte* fosse.
* Áureos: de ouro
* Diva: deusa, mulher formosa
* Teos:
* Colmada: coberta
* Ignota: desconhecida
* Anacreonte: poeta grego
|